Qual a diferença das plantas enxertadas?

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Enxertar plantas é basicamente juntar duas plantas diferenças através de uma mini “cirurgia”, formando uma única planta. Isso não é uma tecnologia nova, e a técnica já data de 4.000 anos atrás, quando era feita na China e Mesopotâmia. A enxertia é usada principalmente nas plantas frutíferas, mas também pode ser usada em plantas ornamentais, em hortaliças, flores de corte, ou em árvores comuns. Ao enxertar, as raízes da planta ficam de uma variedade, e a copa fica de outra planta. Mas apesar de muitas pessoas entenderem que as plantas enxertadas são melhores em algumas situações, a maioria delas não sabe qual é exatamente a diferença das plantas enxertadas.

Muda de laranja enxertada.

A técnica consiste basicamente em pegarmos um pedaço de uma planta adulta (chamado enxerto), e grudar em uma raiz de outra planta (chamada de porta-enxerto, ou cavalo). A maioria dos cultivos de frutíferas hoje usa plantas enxertadas, sendo comum a enxertia também em rosas, ou mesmo em tomates cultivados em estufas.

Estes são os principais motivos de utilizarmos plantas enxertadas:

  • Para colocar raízes mais vigorosas na planta – Muitas vezes a copa da árvore produz frutos muito bons em quantidade e qualidade, mas as raízes de muitas delas são fracas, não crescendo, ou não absorvendo água e nutrientes em velocidade suficiente. Ao unir as raízes fortes de uma variedade, com a copa de outra variedade, temos uma planta mais completa. Há raízes que inclusive tornam a planta mais tolerante a estiagens e secas.
  • Para eliminar doenças de raízes – Às vezes as raízes da planta são suscetíveis a doenças existentes na região. Ao enxertar sobre raízes resistentes à doença ou praga, possibilitamos o cultivo sadio de uma planta. Essa é uma das causas da grande maioria das plantas cítricas serem enxertadas. Doenças e pragas comuns de raízes a evitar são: Fusarium, Phytophtora, Erwinia, Vírus da Tristeza do Citros, pulgões de raízes, Nematóides etc.
  • Para produzir frutas mais cedo – Quem já plantou frutíferas sabe que elas muitas vezes demoram muito pra das frutos. Ao enxertar uma parte adulta em uma raiz, nós “pulamos” a etapa jovem da copa, fazendo com que a planta já cresça na fase adulta. Isso faz com que a copa passe a produzir com menos anos de crescimento, oque economiza alguns anos na espera pela primeira frutificação.
  • Manter as plantas menores – Na fruticultura dos dias modernos, a produção de frutas visa gerar pés de fruta fáceis de manusear, e fáceis de colher. Plantas com 10 metros de altura não são muito bem vindas na produção, já que tornam o trabalho lento, difícil e perigoso. Certas combinações de porta-enxertos com enxertos trazem plantas “anãs”, que são mais amigáveis à produção.
  • Para reproduzir plantas que não pegam por estacas – Algumas plantas não enraízam as estacas por nada, mas quando enxertamos em outra raiz, elas pegam. Isso é muito comum em plantas ornamentais de climas frios, como o Maple japonês (Momiji).
  • Para substituir as copas ou as raízes de plantas já adultas – Mesmo em plantas adultas, é possível enxertarmos novas copas, ou mesmo novas raízes. Isso pode acontecer porque queremos trocar a variedade produzida, aproveitando as raízes já formadas, ou queremos substituir as raízes doentes ou fracas mantendo o vigor da copa.

Fontes:
http://www.hort.cornell.edu/grafting/reasons/ReasonsGBLeft.html